O que esquenta em uma noite fria, não
é o chá quente, não é o café, são as memórias que aquecem o
coração.
Memorias nem sempre boas, a maioria na
verdade, são ruins, mas elas me mantém aquecida nessas noites frias
de inverno.
As estações mudam, passam rápido, e
assim chega um novo ano, sem demora ele também já foi embora.
Não tem como se livrar da sensação
de que algo está faltando, algo quente que tire todo o sofrimento de
uma alma já perdida.
Uma alma que não sabe mais onde ir,
que não tem mais rumo, não tem mais nada além da própria dor.
Como se esquentar sem o fogo ardendo na
lareira? Sem a chama da paixão acesa? Com saber se o que vem pela
frente vale a pena?
Minha mente se funde em perguntas que
eu mesma não consigo responder, não consigo pensar sobre.
Eu fico tentando entender o porque
dessas perguntas, o porque que não conseguimos respondê-las, mas
nada me ocorre, só a brisa das noites geladas de inverno, em um ano
qualquer.